Arqueologia Subaquática

 

O termo marítimo está comumente associado às relações do homem com o ambiente aquático (e.g. oceanos e lagos). Podemos descrever como tipos de atividade marítima a construção de embarcações, navegação costeira, pesca comercial, recreação costeira, operações navais, mergulho e turismo. Estão associadas a esta atividade a cultura material que pode ser identificada pelas navios e grandes embarcações; naufrágios; estaleiros; cais e docas; cais e marinas; canais; faróis; estações de salvamento, e outros materiais associados à navegação; sítios costeiros; e comunidades contemporâneas que demonstrem uma cultura marítima distinta.

 

Locais abrigados como ilhas, arquipélagos e atóis utilizados pelas embarcações como refúgio ou captação de recurso, podem ser um excelente indicador  das mudanças ocorridas na cultura marítima. Durante a permanência das embarcações e seus tripulantes nestas áreas e devido aos reparos e descartes de materiais ao mar, podem ser encontrados diversos sítios submersos.

 

Trabalhos de monitoramento de bens submersos, tem demonstrado que o grau de proteção do sitio depende de sua variação ao longo do tempo. Os artefatos submersos podem ao longo do tempo estar sendo re-expostos a uma série de agentes biodeteriogênicos que podem desestabilizar o seu material constitutivo. Esta exposição causa danos irreversíveis aos materiais e dificulta a preservação do sítio.

 

Parâmetros hidrográficos no sitio, incluindo temperatura, salinidade e luminosidade, afeta a distribuição e abundancia dos organismos marinhos e consequentemente influencia o tipo de biodeterioração. Variações sazonais dos parâmetros hidrográficos e as condições locais (e.g. profundidade, correntes e degradação ambiental) são agentes comprovados da distribuição da biota no ambiente marinho. Os artefatos encontrados em sítios submersos de águas temperadas estão expostos a uma maior diversidade de agentes biodeteriogênicos do que os encontrados em águas frias.

 

O potencial arqueológico identificado para a área de inserção do do Veleiro Kestrel, em Santos, é alto devido às ocupações anteriores de baixo impacto na área do, alem de no contexto geral, a Baixada Santista foi cenário de ocupação humana desde o período pré-colonial, além de palco dos primeiros núcleos de população (século XVI) no período da colonização portuguesa.

 

 

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